Bem-vindos a bordo!

Boas viagens bibliotecárias!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Reflexão sobre a VII Sessão online


REFLEXÃO


A palavra é a sombra da acção


Demócrito

Para finalizar a formação, foi proposto um workshop que permitiu reflectir sobre as questões da linguagem em contexto de avaliação e de planificação de acções para a melhoria. Distinguir entre enunciados descritivos e avaliativos permitirá construir um relatório que apresente de forma perceptível e avaliativa os resultados da análise realizada. Diferenciar enunciados gerais de específicos contribuirá, por seu turno, para identificar e perspectivar de forma objectiva e específica as acções para a melhoria.

Se não identificarmos com rigor e clareza os pontos fortes e os pontos fracos do desempenho da BE, dificilmente chegaremos a conclusões que nos permitam orientar as acções futuras na perspectiva da melhoria. A interpretação das evidências recolhidas expressa-se, naturalmente, através de enunciados descritivos, no entanto os elementos que delas se retiram deve ser sujeitos a uma análise e uma apreciação de forma a se proceder a uma avaliação em termos de eficácia, valor, utilidade e impacto.

Na elaboração do relatório é fundamental identificar, mais uma vez com clareza e rigor, as acções de melhoria, que não deverão ser enunciadas apenas como intenções genéricas, mas como acções especifica e concretamente referidas, nas quais se revele com rigor o que é que se vai fazer e, por ventura, como se vai fazer.


Mais do que um exercício prático de elaboração do relatório, a proposta da semana chama a atenção dos professores bibliotecários para os cuidados, sobretudo ao nível da linguagem, a ter na análise e avaliação dos resultados obtidos. São elas incessantemente o ponto de partida para novas acções e, portanto, o fio condutor de toda acção da biblioteca escolar.

Clementina Moreira dos Santos

Dezembro de 2009






terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Reflexão sobre a VI Sessão


REFLEXÃO


Face às oportunidades, quando se aposta na excelência, se tem gosto pelo risco e se é incapaz de aceitar viver acabrunhado, não se chora pelas insuficiências do Estado. Faz-se.”


José Manuel Fernandes



A dupla proposta da sessão 6 põe em evidência o fosso que existe entre as intenções avaliativas da RBE e as práticas de avaliação mais avançadas da escola portuguesa, conduzidas pela IGE. A tarefa 1 identifica o potencial de avaliação que os modelos de avaliação externa da IGE e de auto-avaliação das BE permitem; a tarefa 2 conduz-nos à inevitável e incontornável conclusão de que a IGE e as Direcções Escolares, pelo menos no que diz respeito às BEs, não têm identificado os resultados da acção da BE e, portanto, não reconhecem o impacto que esta estrutura técnico-pedagógica tem nas aprendizagens, no desenvolvimento do currículo, na promoção da leitura e das literacias.

Como é possível, no século XXI, depois de uma fortíssima aposta e investimento em recursos materiais e humanos na BEs, só conseguir ver a BE como parte de um edifício, com melhores ou piores acessibilidades? Como é possível ver a BE pelos ligeiros contributos que dará para a construção da cidadania ou como estrutura valorizadora dos saberes e das aprendizagens? Como é possível ver a BE apenas (ou quase) como uma forma de evidenciar a capacidade de liderança da Direcção Executiva e da visão estratégica da escola?

Em nenhum dos relatórios analisados (em que poderemos incluir os seleccionados pelos colegas) foi possível perceber que a avaliação da IGE considerasse a BE como um todo dinâmico ao serviço da escola e como um pólo congregador das aprendizagens, das diferentes áreas do saber, da leitura e das literacias e do enriquecimento cultural, artístico e cívico dos alunos.

Será, portanto, sintomático que esta avaliação apresente estes resultados. Não serão eles o somatório da análise das evidências recolhidas (por poucas que fossem) pelas BE; são, certamente, ainda a herança de uma cultura de menosprezo pelas BEs ou de ignorância sobre os novos desafios que se têm colocado às BEs.

Por mais dura que pareça a crítica aqui tecida, ela não é mais do que o fruto da indignação que a análise dos relatórios provocou, sendo que o que aí também se julga é o trabalho do professor responsável pela BE e da sua equipa, ficando todo o seu empenho, a sua dedicação, criatividade, dinamismo, atitude… no plano do não visto e do não-dito.

Urge a implementação do Modelo de Auto-avaliação das BEs, pois só uma estrutura como a RBE poderá, de forma estruturada e sustentada, chamar a atenção dos responsáveis pela avaliação educativa, reclamar e exigir o reconhecimento que é devido às BEs, não só pelo trabalho que estas irão realizar em cada ano ou ciclo avaliativo, mas por todo o trabalho realizado até agora.





Clementina Moreira dos Santos

Dezembro de 2009




domingo, 13 de dezembro de 2009

Reflexão sobre a V Sessão Online

REFLEXÃO:



Todo o gesto é um acto revolucionário

Pessoa, Fernando, "Livro do Desassossego"



A um acto de planificação segue-se um acto de execução. A proposta da semana 5 da formação procurou atingir neste objectivo e, por isso, colocou os formandos perante uma situação concreta (ainda que fictícia) de implementação do Modelo de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares, que consistia, basicamente, em proceder à leitura dos resultados da recolha de evidências, considerados os instrumentos de recolha e os factores críticos de sucesso, no que se refere a um dos subdomínios do domínio D.

A maior dificuldade desta tarefa surge do facto de termos de imaginar dados concretos de desempenho da BE, por isso, no meu caso concreto procurei usar um discurso o mais neutro possível: as evidências foram sempre apresentadas de forma positiva (verbo na forma afirmativa), com juízos avaliativos intermédios e com referências a dados mais específicos através das incógnitas. A elaboração futura desta análise definirá com precisão a situação da BE, dado que se partirá de dados concretos, das evidências que permitiram descrever e avaliar a BE.

A maior virtude do exercício diz respeito aos momentos de análise dos resultados das evidências e à segunda parte da tarefa. Relativamente ao primeiro momento, ler/ interpretar os resultados obriga ao cruzamento de diferentes elementos recolhidos através de diferentes instrumentos e ainda a uma análise mais descritiva os avaliativa dos mesmos elementos, sendo a elaboração do discurso muito importante para se identificarem os pontos fracos e os pontos fortes de cada subdomínio. A segunda parte da tarefa implicava a aferição destes dados, o que não é uma tarefa muito complicada, quando surge como consequência ou na sequência da interpretação dos resultados. No caso concreto da minha actividade, considerei-a tão fácil que até estranhei, mas, hoje, compreendo a razão dessa minha percepção: não reparei que tinha de justificar as minhas opções. Provavelmente, se o tivesse feito, continuaria a considerar a tarefa fácil, pois, como disse anteriormente, ela decorre naturalmente da anterior.


As questões que surgem, agora, prendem-se com o que fazer com os dados recolhidos, as leituras que deles se fizerem, com as análises e inferências que deles se retiram. Como será o “depois”, seguido do agora? A acção urge e, como afirma o maior poeta da língua portuguesa, “Todo o gesto é um acto revolucionário” .

Clementina Moreira dos santos

Dezembro 2009

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Reflexão sobre a IV Sessão Online

REFLEXÃO:



As pessoas não planeiam falhar. Esquecem-se de planear."

Mark McCormack

A tarefa da sessão 4 teve o grande mérito de exemplificar a importância da fase da planificação na execução de qualquer projecto, o que se revelou um exercício árduo e complexo. Saber qual o percurso a seguir, antes de partir, é meio caminho andado para que a viagem tenha sucesso. Planificar a implementação do Modelo de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares é encontrar estratégias de execução e de facilitação do processo que o conduzirão, com grande probabilidade, ao sucesso.


Planificar a aplicação da auto-avaliação da BE implica calendarizar as actividades previstas inerentes ao lançamento da avaliação, proceder ao seu enquadramento enquadramento, realizar o diagnóstico, reconhecer o/s problema/s e objecto/s da avaliação, identificar os factores críticos aplicáveis, seleccionar os métodos e técnicas a utilizar, proceder ao levantamento de necessidades/recursos necessários, intervenientes no processo, aplicar os instrumentos identificados para a recolha de dados, limitações, recolha e análise dos dados, interpretar, sintetizar e comunicar os resultados…Sem dúvida um trabalho muito complexo que se não for bem planificado será impraticável e inexequível. Destes factores resultam as dificuldades em executar a tarefa desta semana, aos quais se acrescentam as limitações de tempo e a carácter individual da tarefa. A revisão desta planificação na minha escola, que irá certamente ocorrer num futuro próximo, irá envolver, no mínimo, a equipa coordenadora da BE.

Apesar de todo o esforço de antecipação, sei que, tal como o piloto que conhece o percurso que terá de percorrer e prevê alguns dos percalços que terá de ultrapassar, a condução deste processo poderá sofrer de alguma falibilidade por erros de cálculo, por inexperiência de quem o direcciona pela primeira vez ou por outras razões, que será necessário também prever.

Clementina Moreira dos santos

Novembro 2009

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Relexão sobre a III Sessão Online

REFLEXÃO:



Mais uma vez a tarefa proposta implicou uma tomada de decisão e desta feita, com o objectivo de diversificar a natureza das abordagens e a tipologia textual, a minha escolha foi no sentido de produzir um power point, que tem ainda a grande vantagem de poder vir a ser realmente utilizado, pois apresentar o modelo ao Conselho Pedagógico constitui uma preocupação minha, por a considerar fundamental para o processo de implementação do modelo. No entanto, só o farei, depois de concluir a formação, pois que penso que será mais prudente estar na posse do máximo de informação, a qual poderá vir a ser acrescentada ou simplesmente ancorada para que a apresentação seja mais sólida e consistente.

A concretização desta tarefa, dada a sua natureza em termos de tipologia de apresentação, obrigou à realização de um trabalho de grande sistematização e de síntese que não se justifica apenas pela razão já apontada. O simples facto de este documento ter como público-alvo o Conselho Pedagógico constitui-se como factor e condição à sua estruturação e fundamentação. Em primeiro lugar, porque a agenda das reuniões deste órgão é sempre tão alargada e, considerando que o objectivo é prender a atenção dos seus elementos, seria impensável abordar a questão de forma alongada e exaustiva; em segundo lugar, apesar de não existir ainda uma cultura de avaliação nas escolas e do pioneirismo e antecipação da BE nesse processo poder ser factor surpresa e, portanto, favorável, a abordagem terá de ser cautelosa, pois o excesso de informação poderá ser contraproducente; por último, considerando que, na maioria das vezes, a associação entre BE e aprendizagem/ conhecimento/ literacias, nem sempre é imediata, alguns elementos do CP poderão ter alguma dificuldade em compreender a importância desta apresentação.


Nesta como nas outras sessões anteriores, a segunda parte da tarefa impunha o comentário crítico ao trabalho de um colega. Considero o exercício bastante pertinente pelas seguintes razões: primeira, no momento da selecção do trabalho a comentar impõe-se a leitura (diagonal ou mais profunda) de vários trabalhos, o que implica observar/ analisar as conclusões dos outros e confrontá-las com as nossas; segunda, no momento da produção do comentário crítico, a análise do trabalho do outro é muito mais minuciosa e, portanto, o confronto com o nosso posicionamento é mais evidente, surgindo daí ora o reconhecimento da pertinência (ou a sua ausência) dos dados apresentados, ora a antevisão de outras possibilidades e estratégias para a apresentação do mesmo tópico. No caso concreto desta sessão, ao analisar o documento da Susana Namura, percebi que poderia ter sido mais esquemática e directa no tratamento da informação.

Clementina Moreira dos santos

Novembro 2009

Reflexão sobre a II Sessão Online

REFLEXÃO:



Todos os espíritos são invisíveis para os que não o possuem, e toda a avaliação é um produto do que é avaliado pela esfera cognitiva de quem avalia.”


Arthur Schopenhauer

Strategic management turns vision into reality”

Michael B. Eisenberg, Danielle H. Miller

A realização da tarefa 2 implicou, em primeiro lugar, fazer uma opção entre as duas propostas apresentadas pela formação. A minha decisão recaiu sobre a segunda opção pelas razões que se enumeram a seguir:

1ª Por considerar que a elaboração da planificação do Workshop implicaria não apenas a estruturação de um trabalho de formação, mas também a concepção dos documentos implicados no mesmo, o que seria uma tarefa hercúlea para se realizar no espaço de uma semana;

2ª Proceder a uma análise crítica do modelo, no sentido de identificar a estrutura e os conceitos implicados, bem como os factores críticos de sucesso inerentes à sua aplicação também não se afigurava tarefa fácil, mas do meu ponto de vista seria realizável.

Feita a opção, a realização da tarefa decorreu com normalidade, o que incluiu mais uma vez uma luta contra o tempo, sobretudo, aquele que seria necessário para proceder às leituras necessárias à elaboração de um documento analítico e crítico, tal com aconteceu na primeira sessão.

A grande utilidade da tarefa realizada foi ler o documento Modelo de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares, para além do que é premente, ou seja, do que é indispensável para a sua aplicação; ler o documento e reconhecer a sua estrutura e, sobretudo, os princípios que o fundamentam, como as noções de valor, auto-regulação, flexibilidade e exequibilidade.

Apesar de ainda não se ter aplicado o modelo de auto-avaliação na minha biblioteca, já existe um investimento considerável para conhecer o modelo anterior, quer através da tentativa de aplicação de alguns dos seus questionários, quer através da realização de encontros com as professoras bibliotecárias do concelho, momentos que permitiram a partilha de conhecimentos e experiências, quer ainda pela necessária, e até obrigatória, leitura cuidada para se produzir documentos fundamentais da BE: o Plano Anual de Actividades, o Plano de Acção.

Em relação à mais-valia desta sessão para o conhecimento do MAABE, ele é inegável, pois fez-me ver outras pistas de trabalho, o “caminho” que quero trilhar.


Clementina Moreira dos santos

Novembro 2009

Reflexão sobre a I Sessão Online


REFLEXÃO:




«Se a biblioteca é, como pretende Borges, um modelo do Universo, tentemos transformá-la num universo à medida do homem (…)»

Umberto Eco



A primeira tarefa realizada no âmbito da presente formação foi bastante profícua, apesar de alguns constrangimentos inerentes. O carácter bastante prático, a ligação do exercício à realidade de cada escola, a dimensão reflexiva, retrospectiva e prospectiva constituem-se como elementos bastante positivos da tarefa. As questões do tempo, a diversidade e multiplicidade das leituras, ainda que muito úteis, e as dificuldades de selecção inerentes aos dois primeiros factores são aspectos que, porventura, condicionaram a qualidade do trabalho.


Construir uma tabela de análise da situação das bibliotecas escolares a partir da perspectiva SWOT, apoiada em bibliografia específica, foi um exercício pertinente e necessário: foi “juntar o útil ao agradável”. Em resposta à proposta de trabalho da sessão, construiu-se um documento que, depois de revisto e reflectido em contexto escolar, poderá ser aproveitado para a elaboração do diagnóstico da BE no processo de auto-avaliação da BE deste ano: os dados apresentados fundam-se na realidade da BE e encontram sustentabilidade na bibliografia lida, nomeadamente, no que diz respeito à importância da BE como espaço formativo, cuja acção é orientada para o sucesso educativo, para a melhoria da qualidade das aprendizagens e a construção do conhecimento.

A reflexão decorrente da leitura da bibliografia recomendada apontou vários caminhos para um melhor desempenho da função de professor bibliotecário. A partir dela é possível traçar um plano de acção de uma forma mais estruturada e segura, sabendo que “espaço de conhecimento, e não espaço de informação; de ligações e não de colecções; de acções, e não de posições; de prova e não defesa”; a partir dela foi possível analisar com detalhe a situação da BE, reconhecer os seus pontos fortes, os pontos fracos, as oportunidades e as ameaças; mas, sobretudo, a partir dela, é possível perspectivar o futuro próximo, reconhecer as acções prioritárias.

O ensinamento mais profundo que esta reflexão provocou foi o da necessidade de mudança em relação às práticas avaliativas da BE. Esta mudança passa, em primeiro lugar, por uma maior consciencialização do professor bibliotecário da necessidade da sua implementação; ele é também o responsável pela generalização dessa posição à equipa, à Direcção Executiva, ao Conselho Pedagógico, …a toda a comunidade escolar. Mudar as práticas de avaliação da BE é um contributo para a mudança da avaliação da escola e para a mudança da cultura da avaliação.

Em termos de constrangimentos, houve, realmente, alguma dificuldade em gerir o tempo, principalmente, porque a esta tarefa se juntaram todas as outras habituais, se bem que, neste caso, houve a oportunidade de, como já se afirmou anteriormente, usar esta tarefa para “arrumar algumas ideias” e agilizar o diagnóstico da BE, trabalho que facilitou a elaboração do Plano de Acção e do Plano Anual de Actividades da BE. As propostas de leitura eram, de facto, vastas e, no momento, existe ainda a dificuldade em seleccionar informação (considerando a relação tempo/tarefa), daí que nalguns casos, se tenha procedido a uma leitura diagonal. As perspectivas que sustentaram a análise apresentada foram, sobretudo, as de Nancy Sánchez Tarragó e de Ross Todd.

Em síntese, neste ritual iniciático em auto-avaliação das BEs, estão identificados os seus membros, os seus princípios, alguns dos seus constrangimentos, e a postura de rigor, de liderança e de comunicação que é exigida a quem tem a responsabilidade de conduzir tal processo.

Clementina Moreira dos santos

Novembro 2009